Plena-Mente

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Como e Onde Praticar

Antes de se começar qualquer prática formal de meditação, acho importante esclarecer alguns pontos sobre a postura, local e horário de prática assim como a melhor atitude para encarar a meditação:

Postura:

  • Sente-se com a coluna ereta numa almofada ou numa cadeira; neste último caso, sente-se afastado do encosto do assento. Se isto for realmente ‘impossível’ para você, sugiro colocar uma almofada perto do encosto da cadeira para lhe dar maior suporte sem que seja necessário encostar toda a extensão das costas na cadeira. É importante ressaltar aqui que muita gente pensa que temos que nos sentar no chão em posição de lótus, meio-lótus, birmanesa ou algo do gênero, para estarmos realmente meditando. Vamos admitir que uma grande parte do pessoas no Oeste passa muito tempo sentada (não no chão como em vários países do oriente), o que encurta vários músculos (eretores da espinha, glúteos, flexores do quadril, abdominais), causando também uma grande perda de flexibilidade. Todos deveríamos fazer um esforço para nos exercitarmos e nos alongarmos mais; entretanto não deixe a sua inflexibilidade ser um fator detentor de se dedicar à prática da meditação.

  • Ao manter a coluna reta, é importante encontrar-se o meio termo entre a musculação tensa e rígida e uma postura totalmente relaxada e curvada. A princípio isto parecerá artificial, mas com o tempo e a prática, você encontrará o ponto certo.

  • Para que se consiga manter uma postura ereta confortavelmente durante um período mais prolongado, é essencial que os quadris estejam mais elevados do que os joelhos. Muitas vezes para que isto seja possível, é preciso utilizar-se de uma almofada ou travesseiro para elevarmos os quadris. Isto também dará mais suporte para à região da pélvis. Ao sentar-se, acomode os ísquios bem sobre a almofada para facilitar a manutenção da postura.

  • Os pés estarão plantados paralelamente no chão.

  • As mãos podem ficar apoiadas sobre as respectivas coxas ou posicionadas no colo (ver fotos abaixo).

  • O queixo estará ligeiramente curvado para baixo.

  • Imagine que um cordão invisível está correndo de sua cabeça através de seu core (a parte central do corpo que envolve todos os músculos das costas e do abdômen) até o chão, mantendo-o ereta.

  • Com o tempo, se você realmente sentir que irá dedicar-se à meditação por tempo mais prolongado, eu aconselho que adquira uma almofada (zafu) apropriada para a prática meditativa. Elas vêm em tamanhos variados para atender às necessidades pessoais do praticante. Um bolster também pode ser útil. Outra opção são os bancos de meditação, que como as almofadas, podem ser encontrados online.

  • Experimente com posições diferentes para sentir a que funciona melhor para você.

Local:

  • É importante também que você encontre um local quieto onde não será perturbado. Obviamente o telefone celular e outros distratores, como a televisão, o computador, o rádio, etc. deverão estar desligados ou afastados.

Horário:

  • O melhor horário é aquele que funciona para você, levando-se em conta que você precisa dispor de um tempo quando poderá praticar a meditação sem ser interrompido. No meu caso, o melhor horário é cedo pela manhã, antes do início do movimento dos meus familiares. Eu também já percebi que se deixo para o final do dia, estou normalmente cansada, consequentemente a minha tendência é procrastinar e acabo não meditando.

Atitude Mental:

  • Em termos de atitude, é imprescindível manter uma perspectiva de abertura e curiosidade. Se você já tiver decidido que a meditação não vai dar certo e que você não consegue praticá-la, então infelizmente a sua experiência está fadada a falhar. Dr. Kabat-Zinn, no seu livro Viver a Catástrofe Total, costuma nomear sete atitudes que são fundamentais para a criação de uma boa base na sua prática contemplativa. Estas atitudes são: o não julgamento, a paciência, a mente de principiante, a confiança, o não lutar, a aceitação, o deixar ir, a gratidão e a generosidade. Em outras postagens farei alusão à estas atitudes mais detalhadamente. Além disso, ele também enfatiza a importância do comprometimento, da autodisciplina e da intencionalidade.